terça-feira, 29 de setembro de 2009
Poeta da Semana - W. H. Auden
domingo, 27 de setembro de 2009
T.S. Eliot - Preludes
sábado, 26 de setembro de 2009
Poeta da Semana - T.S. Eliot

quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Bocage - Auto-retrato
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno.
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno.
Devoto incensador de mil deidades,
(Digo de moças mil) num só momento
Inimigo de hipócritas, e frades.
Eis Bocage, em quem luz algum talento.
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia, em que se achou cagando ao vento.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Poeta da Semana - Manuel Maria Bocage
É-lhe atribuída a frase: "quem tem c ú tem medo, e eu também posso errar" a propósito das poesias-canções que dedicou ao vice-rei do Rio de Janeiro com a intenção de cair nas suas boas graças e ali permanecer. Tendo vindo a descobrir a aversão a elogios do vice-rei, prosseguiu a sua viagem para a Índia, não sem antes exprimir a frase acima citada.
domingo, 30 de agosto de 2009
Nocturne - Eino Leino - a letra
Moonlight floods the fields of tasseled grain.
Wood smoke, drifting veils the distant valleys.
Summer evening's joy is here for me.
I'm not happy yet no sorrow shakes me,
but the dark woods stillness I would welcome.
Rosy clouds through which the day is falling,
sleepy breezes from the blue gray mountains,
shodows on the water, meadow flowers...
out of these my heart's own song I'll make!
I will sing it, summer hay-sweet maiden,
sing to you my deep serenity,
my own faith that sounds a swelling music,
oak-leaf garland ever fresh and green.
I'll no longer chase the will-o-wisp.
Happiness is here in my own keeping.
Day by day, life's circle narrows, closes.
Time stands still now ... weather cocks all sleeping.
Here before me lies a shadowy way
leading to a strange, an unknown place.
Nocturne - Eino Leino
sábado, 29 de agosto de 2009
Poeta da Semana - Eino Leino

segunda-feira, 22 de junho de 2009
O Sapo - Paul Muldoon
convulsão
entre os escombros.
O seu olho corresponde exatamente à bolha
ao nível do meu espírito.
Eu larguei martelo e formão
e vou levá-lo na espátula.
Toda a população da Irlanda
brota de um par deixado de repouso
durante a noite numa lagoa
nos jardins do Trinity College,
duas garrafas de vinho ali deixadas para refrigerar
após o Acto de União.
Há, certamente, nessa história
uma moral. A moral de nossos tempos.
E se eu o colocar na minha cabeça
e o apertar para fora dele,
como o suco de limão espremido na hora,
ou um sorvete de limão?
sábado, 20 de junho de 2009
Poeta da Semana - Paul Muldoon
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Iscinta e scalza, con le trezze avvolte - Giovanni Boccaccio
e d'uno scoglio in altro trapassando,
conche marine da quelli spiccando,
giva la donna mia con le altre molte.
E l'onde, quasi in sé tutte raccolte,
con picciol moto i bianchi piè bagnando,
innanzi si spingevan mormorandoe
ritraènsi iterando le volte.
E se tal volta, forse di bagnarsi
temendo, i vestimenti in su tirava,
sì ch'io vedeo più della gamba schiuso,
oh, quali avria veduto allora farsi,
chi rimirato avesse dov'io stava,
gli occhi mia vaghi di mirar più suso!
terça-feira, 16 de junho de 2009
Poeta da Semana - Giovanni Boccaccio
Giovanni Boccaccio, nascido há 696 anos, no dia 16 de Junho, em Florença foi um autor e poeta italiano. Foi um importante humanista, autor de um número notável de obras, incluindo o Decamerão, uma obra visonária para a época, que tenho em casa para ler, mas ainda não tive coragem. Foi um estudioso da Comédia de Dante, ou como a denominava Boccaccio, A Divina Comédia, nome que a imortalizou.
sábado, 13 de junho de 2009
Aniversário de Fernando Pessoa
Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.
Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?
Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.
Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Vou sobre o Oceano (o luar, de doce, enleva!) - António Nobre
Por este mar de Glória, em plena paz.
Terra da Pátria somem-se na treva,
Águas de Portugal ficam, atrás.
Onde vou eu? Meu fado onde me leva?
António, onde vais tu, doido rapaz?
Não sei. Mas o Vapor, quando se eleva,
Lembra o meu coração, na ânsia em que jaz.
Ó Lusitânia que te vais à vela!Adeus!
que eu parto (rezarei por ela)
Na minha Nau Catrineta, adeus!
Paquete, meu Paquete, anda ligeiro,
Sobe depressa à gávea, Marinheiro,
E grita, França! pelo amor de Deus!
Antonio Nobre, in Só
quinta-feira, 11 de junho de 2009
A Poezia do Outomno - António Nobre
Nos longes d'agoa... Ó tardes de novena!
Tardes de sonho em que a poezia escorre
E os bardos, a sonhar, molham a penna!
Ao longe, os rios de agoas prateadas
Por entre os verdes cannaviaes, esguios,
São como estradas liquidas,
e as estradas Ao luar, parecem verdadeiros rios!
Os choupos nus, tremendo, arripiadinhos,
O chale pedem a quem vae passando...
E nos seus leitos nupciaes, os ninhos,
As lavandiscas noivam piando, piando!
O orvalho cae do céu, como um unguento.
Abrem as boccas, aparando-o, os goivos...
E a larangeira, aos repellões do vento,
Deixa cair por terra a flor dos noivos.
E o orvalho cae... E, á falta d'agoa, rega
O val sem fruto, a terra arida e nua!
E o Padre-Oceano, lá de longe, prega
O seu Sermão de Lagrymas, á Lua!
Tardes de outomno! ó tardes de novena!
Outubro! Mez de Maio, na lareira!
Tardes... Lá vem a Lua, gratiae plena,
Do convento dos céus, a eterna freira!
terça-feira, 9 de junho de 2009
Poeta da Semana - António Nobre

terça-feira, 2 de junho de 2009
LIvro para o mês de Junho de 2009

Blink - Decidir num piscar de olhos
No espírito académico em que me encontro, vão perdoar-me por me afastar ligeiramente da literatura e debruçar-me sobre um livro de divulgação ciêntífica. Malcolm Gladwell é um jornalista britânico criado no Canadá, e que actualmente vive em Nova Iorque. É colunista da "The New Yorker" desde 1996. Em 2005, foi nomeado como uma das 100 pessoas mais influentes pela Time Maazine. É o autor de "The Tipping Point: How Little Things Make a Big Difference," (2000), "Blink: The Power of Thinking Without Thinking" (2005), "Outliers: a story of sucess" (2009), todos campeões de vendas d0 New York Times.
Blink! é um livro sobre as escolhas que parecem ser feitas instantaneamente — num piscar de olhos —, mas que realmente não são tão simples como parecem. Por que é que certas pessoas são decisoras brilhantes e outras se mostram sistematicamente inaptas para decidir? Por que é que há pessoas quenseguem os seus instintos e vencem, enquanto outras tropeçam sempre em erros de avaliação? Como é que será que o nosso cérebro realmente trabalha — no escritório, na sala de aula, na cozinha e no quarto? E por que é que, com frequência, as melhores decisões são aquelas que não se conseguem explicar? Baseado nas descobertas neurológicas e psicológicas mais recentes, e escrito de uma forma rigorosa e brilhante, Blink! muda o modo como compreendemos todas as nossas decisões.
Boas Leituras!
sexta-feira, 29 de maio de 2009
terça-feira, 26 de maio de 2009
Bashô Matsuo - Poeta da Semana
Este caminho
Ninguém já o percorre,
Salvo o crepúsculo.
De que árvore florida
Chega? Não sei.
Mas é seu perfume.
Bashô Matsuo
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Poeta da Semana: Bashô Matsuo

Versátil, os seus poemas sugeriam os mais variados estados de espírito: humor, depressão, euforia, confusão,... permitindo uma consciência da grandiosidade da natureza ( física e humana ).
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Virá a morte e terá os teus olhos - Cesare Pavese
Virá a morte e terá os teus olhos-
Esta morte que nos acompanha
da manhã à noite, insone,
surda como um velho remorso
ou um vício absurdo. Os teus olhos
serão uma palavra vã, um grito calado, um silêncio.
Assim os vês todas as manhãs
quando te debruças sobre o espelho. Oh cara esperança,
naquele dia saberemos também nós
que és a vida e és o nada.
Para todos a morte tem um olhar
Virá a morte e terá os teus olhos
Será como deixar um vício
como ver num espelho
ressurgir uma face morta,
como escutar um lábio fechado.
Desceremos no remoinho mudos.
Verrà la morte e avrà i tuoi occhi-
Questa morte che ci accompagna
dal mattino alla sera, insonne,
sorda, come un vecchio rimorso
o un vizio assurdo. I tuoi occhi
saranno una vana parola,un grido taciuto, un silenzio.
Così li vedi ogni mattina
quando su te sola ti pieghi
nello specchio. O cara speranza,
quel giorno sapremo anche noi
che sei la vita e sei il nulla. Per tutti la morte ha uno sguardo.
Verrà la morte e avrà i tuoi occhi.
Sarà come smettere un vizio,
come vedere nello specchio
riemergere un viso morto,
come ascoltare un labbro chiuso.
Scenderemo nel gorgo muti.
(di Cesare Pavese, 22 marzo 1950)
domingo, 17 de maio de 2009
Tu és como uma terra - Cesare Pavese
Poeta da Semana - Cesare Pavese

terça-feira, 12 de maio de 2009
Há dias assim
Dormir! Não Ter desejos nem 'speranças
Dormir! Não Ter desejos nem 'speranças ~
Flutua branca a única nuvem lenta
E na azul quiescência sonolenta
A deusa do não-ser tece ambas as tranças.
Maligno sopro de árdua quietude
Perene a fronte e os olhos aquecidos,
E uma floresta-sonho de ruídos
Ensombra os olhos mortos de virtude.
Ah, não ser nada conscientemente!
Prazer ou dor? Torpor o traz e alonga,
E a sombra conivente se prolonga
No chão interior, que à vida mente.
Desconheço-me. Embrenha-me futuro,
Nas veredas sombrias do que sonho.
E no ócio em que diverso me suponho,
Vejo-me errante, demorado e obscuro.
Minha vida fecha-se como um leque.
Meu pensamento seca como um vago
Ribeiro no verão . Regresso , e trago
Nas mão flores que a vida prontas seque.
Incompreendida vontade absorta
Em nada querer... Prolixo afastamento
Do escrúpulo e da vida no momento...
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Livro para o mês de Maio de 2009

Depois desta ausência prolongada, voltamos ao livro do mês. Desta vez proponho o livro:
Pascal Mercier, pseudónimo literario de Peter Bieri, publica em 2004 este romance que permanceu durante 140 semanas na lista dos livros mais vendidos na Alemanha. A história centra-se na viagem física e psicológica de um professor de linguas clássicas suiço. Como o próprio autor define, "história de um homem que tenta entender outro homem". Peter Bieri, filósofo, desenvolveu investigação na área da filosofia do tempo e da mente; epistemologia e ética. A sua incursão na literatura dá origem a esta história, que é uma reflexão sobre os instantes que levam o homem a mudar o rumo da sua vida.
Do que li, certamente este livro é duplamente interessante: em primeiro porque revisita uma Lisboa que nós conhecemos bem através do olhar de um estrangeiro e segundo porque nos proporciona uma reflexão sobre o significado das decisões na vida.
Boas Leituras!
sexta-feira, 13 de março de 2009
The Love Song of J. Alfred Prufrock - T.S. Eliot
The Love Song of J. Alfred Prufrock
by T S Eliot
S’io credesse che mia risposta fosse
A persona che mai tornasse al mondo,
Questa fiamma staria senza piu scosse.
Ma perciocche giammai di questo fondo
Non torno vivo alcun, s’i’odo il vero,
Senza tema d’infamia ti rispondo.
Let us go then, you and I,
When the evening is spread out against the sky
Like a patient etherised upon a table;
Let us go, through certain half-deserted streets,
The muttering retreats
Of restless nights in one-night cheap hotels
And sawdust restaurants with oyster-shells:
Streets that follow like a tedious argument
Of insidious intent
To lead you to an overwhelming question…
Oh, do not ask, “What is it?”
Let us go and make our visit.
In the room the women come and go
Talking of Michelangelo.
The yellow fog that rubs its back upon the window-panes,
The yellow smoke that rubs its muzzle on the window-panes
Licked its tongue into the corners of the evening,
Lingered upon the pools that stand in drains,
Let fall upon its back the soot that falls from chimneys,
Slipped by the terrace, made a sudden leap,
And seeing that it was a soft October night,
Curled once about the house, and fell asleep.
And indeed there will be time
For the yellow smoke that slides along the street,
Rubbing its back upon the window-panes;
There will be time, there will be time
To prepare a face to meet the faces that you meet;
There will be time to murder and create,
And time for all the works and days of hands
That lift and drop a question on your plate;
Time for you and time for me,
And time yet for a hundred indecisions,
And for a hundred visions and revisions,
Before the taking of a toast and tea.
In the room the women come and go
Talking of Michelangelo.
And indeed there will be time
To wonder, “Do I dare?” and, “Do I dare?”
Time to turn back and descend the stair,
With a bald spot in the middle of my hair
[They will say: “How his hair is growing thin!”]
My morning coat, my collar mounting firmly to the chin,
My necktie rich and modest, but asserted by a simple pin
[They will say: “But how his arms and legs are thin!”]
Do I dare
Disturb the universe?
In a minute there is time
For decisions and revisions which a minute will reverse.
For I have known them all already, known them all:
Have known the evenings, mornings, afternoons,
I have measured out my life with coffee spoons;
I know the voices dying with a dying fall
Beneath the music from a farther room.
So how should I presume?
And I have known the eyes already, known them all
The eyes that fix you in a formulated phrase,
And when I am formulated, sprawling on a pin,
When I am pinned and wriggling on the wall,
Then how should I begin
To spit out all the butt-ends of my days and ways?
And how should I presume?
And I have known the arms already, known them all
Arms that are braceleted and white and bare
[But in the lamplight, downed with light brown hair!]
It is perfume from a dress
That makes me so digress?
Arms that lie along a table, or wrap about a shawl.
And should I then presume?
And how should I begin?
Shall I say, I have gone at dusk through narrow streets
And watched the smoke that rises from the pipes
Of lonely men in shirt-sleeves, leaning out of windows?…
I should have been a pair of ragged claws
Scuttling across the floors of silent seas.
And the afternoon, the evening, sleeps so peacefully!
Smoothed by long fingers,
Asleep… tired… or it malingers,
Stretched on the floor, here beside you and me.
Should I, after tea and cakes and ices,
Have the strength to force the moment to its crisis?
But though I have wept and fasted, wept and prayed,
Though I have seen my head (grown slightly bald) brought in upon a platter,
I am no prophet and here’s no great matter;
I have seen the moment of my greatness flicker,
And I have seen the eternal Footman hold my coat, and snicker,
And in short, I was afraid.
And would it have been worth it, after all,
After the cups, the marmalade, the tea,
Among the porcelain, among some talk of you and me,
Would it have been worth while,
To have bitten off the matter with a smile,
To have squeezed the universe into a ball
To roll it toward some overwhelming question,
To say: “I am Lazarus, come from the dead,
Come back to tell you all, I shall tell you all”
If one, settling a pillow by her head,
Should say: “That is not what I meant at all.
That is not it, at all.”
And would it have been worth it, after all,
Would it have been worth while,
After the sunsets and the dooryards and the sprinkled streets,
After the novels, after the teacups, after the skirts that trail along the floor
And this, and so much more?
It is impossible to say just what I mean!
But as if a magic lantern threw the nerves in patterns on a screen:
Would it have been worth while
If one, settling a pillow or throwing off a shawl,
And turning toward the window, should say:
“That is not it at all,
That is not what I meant, at all.”
No! I am not Prince Hamlet, nor was meant to be;
Am an attendant lord, one that will do
To swell a progress, start a scene or two,
Advise the prince; no doubt, an easy tool,
Deferential, glad to be of use,
Politic, cautious, and meticulous;
Full of high sentence, but a bit obtuse;
At times, indeed, almost ridiculous
Almost, at times, the Fool.
I grow old… I grow old…
I shall wear the bottoms of my trousers rolled.
Shall I part my hair behind? Do I dare to eat a peach?
I shall wear white flannel trousers, and walk upon the beach.
I have heard the mermaids singing, each to each.
I do not think that they will sing to me.
I have seen them riding seaward on the waves
Combing the white hair of the waves blown back
When the wind blows the water white and black.
We have lingered in the chambers of the sea
By sea-girls wreathed with seaweed red and brown
Till human voices wake us, and we drown.
Ausência
Boas leituras !
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Poeta da Semana - Emily Dickinson
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Cartas de Amor - O Anti-S.Valentim!
Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras, ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente ridículas.)
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Livro para o mês de Fevereiro de 2009

Este mês escolhi um livro que eu própria não li, tal como nunca li nada de Philip Roth. O seu reconhecimento é generalizado, sendo um dos mais importantes escritores americanos contemporâneos.
Philip Roth nasceu em Newark em 1933 e prosseguiu durante a maior parte da sua vida uma carreira académica, ensinando literatura e escrita criativa em várias universidades.
Roth é um dos escritores americanos mais premiados, sendo que o livro que aqui vos recomendo foi reconhecido com o Prémio Pulitzer em 1997.
O livro, Pastoral Americana, descreve a vida de uma estrela do desporto de Newark, Swede Levov e a tragédia que este vive quando a sua filha adolescente se transforma numa terrorista. no final dos anos 60.
Boas Leituras!
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Sylvia Plath - Ariel
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Sylvia
Aqui fica a cena inicial:
Sylvia Plath - O Espelho

O que vês engulo de imediato
Tal como é, desembaciado de amor ou desgosto.
Não sou cruel, tão somente verdadeiro —
O olho de um pequeno Deus, de quatro cantos.
O tempo todo reflicto sobre a parede em frente.
É rosa, com manchas. Fitei-a tanto tempo
Que a sinto parte do meu coração. Mas vacila.
Faces e escuridão insistem em nos separar.
Agora sou um lago.
Uma mulher inclina-se sobre mim,
Buscando nos meus domínios o que realmente é.
Mas logo se volta para aquelas mentirosas, as velas e a lua.
Vejo suas costas e as reflicto-a fielmente.
Ela recompensa-me com lágrimas e agitação de mãos.
Sou importante para ela. Ela vai e vem.
A cada manhã a sua face substitui a escuridão.
Em mim afogou uma menina, e em mim uma velha
Cresce para ela dia após dia como um peixe horrendo.
in Ariel, 1965
O poeta da Semana - Sylvia Plath (1932-1962)

Nascida em Boston, em Outubro de 1932, desde cedo demonstrou sensibilidade e a inteligência. O seu sucesso escolar era impressionante e devia-se sobretudo à busca da perfeição em tudo o que fazia. Depois de publicar o seu primeiro poema com a idade de 8 anos, nunca mais deixou de acrescentar a sua obra, tendo escrito mais de quatrocentos poemas durante a sua estadia na universidade
No entanto, a perfeição superficial de Sylvia escondia problemas pessoais graves, em grande parte relacionados com a morte do seu pai. Estes problemas originaram uma tentativa de suicídio aos dezoito anos (experiência que descreve na novela autobiográfica “The Bell Jar”. Depois de um período de recuperação numa instituição psiquiátrica, Sylvia retoma o seu sucesso e termina os estudos, obtendo mesmo uma bolsa para estudar em Cambridge, na Inglaterra.
Em 1956 casa com o poeta ingles Ted Hughes, e, em 1960 publica o seu primeiro livro. Os poemas deste livro revelam uma precisão milimétrica e a dedicação que a poetisa dedicou à sua aprendizagem. No entanto, dão apenas uma ténue imagem da poesia que viria a escrever durante os anos seguintes.
Após a ruptura do seu casamento e com dois filhos, Sylvia instala-se em Londres. A dureza da vida que leva aumentam a necessidade de escrever, chegando a produzir um poema por dia durante este período. O suicídio, palpável nas suas últimas obras acontece no dia 11 de Fevereiro de 1963. Dois anos mais tarde, Ted Hughes edita os seus últimos poemas nas colectâneas: Ariel, Atravessando a água e Árvores de Inverno.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Escola de escrita criativa

O único senão é ser um pouquito pesado para o bolso, especialmente em época de crise, mas a organização anuncia facilidades de pagamento para quem frequentar mais do que um curso. E não é que Lisboa se vai modernizando pouco a pouco?
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Edgar Allan Poe - 2º centenário

Ontem comemorou-se o segundo centenário do escritor Edgar Allan Poe, um dos precursores da literatura de ficção científica e fantástica modernas. Algumas das suas novelas são das primeiras obras reconhecidas como policiais.
Poe escreveu tendencialmente histórias de terror com um estilo gótico, sendo temas recorrentes a morte, a decomposição do corpo e o luto. A sua obra pode ser classificada como romantismo negro.
Além do horror, Poe também escreveu sátiras, usando a ironia e a extravagância do ridículo, na tentativa de libertar os leitores da conformidade cultural.
A sua influência na literatura e cinematografia de horror é notória, sendo frequentes as referências de Hitchcock e Stephen King ao trabalho do mestre Edgar. O escritor explora sentimentos primários dos seus leitores, como o medo, o nojo e a ansiedade, tal como pode ser observado no excerto seguinte do conto "O gato preto":
"Seria insensato falar dos meus pensamentos. Senti-me desfalecer e encostei-me à parede da frente. Tolhidos pelo terror e pela surpresa, os agentes que subiam a escada detiveram-se por instantes. Logo a seguir, doze braços vigorosos atacavam a parede. Esta caiu de um só golpe. O cadáver, já bastante decomposto e coberto de pastas de sangue, apareceu ereto frente aos circunstantes. Sobre a cabeça, com a vermelha goela dilatada e o olho solitário chispando, estava o odioso gato cuja astúcia me compelira ao crime e cuja voz delatora me entregava ao carrasco. Eu tinha emparedado o monstro no túmulo!"
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Desafio de escrita do Clube das Letras
- Caneta/lápis/pena/máquina de escrever/computador
- Bloco de notas (o Moleskine está na moda, eu cá prefiro aqueles caderninhos pretos do tempo das nossas avós e que encontram na loja dos trezentos)
- Ideias
- Tempo
- Espírito observador e crítico
- Originalidade.
Literatura à distância de um clique...
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Jacques Prévert - O amor
Imenso e vermelho
Por cima do Grand Palais
O sol de Inverno aparece
E desaparece
Tal como ele o meu coração vai desaparecer
E todo o meu sangue irá
Irá à tua procura
Meu amor
Minha beleza
E te encontrará
Lá onde tu estiveres.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Jacques Prévert - A guerra e a violência
domingo, 11 de janeiro de 2009
O poeta da semana - Jacques Prévert (1900 - 1977)
Nos passeios da mentira
O cavalo vermelho do teu sorriso
Gira
E eu estou de pé plantado
Com o triste chicote da realidade
E não tenho nada a dizer
O teu sorriso é tão verdadeiro
Como as minhas quatro verdades.
Nasceu em França em 1900 numa família de intelectuais. O seu pai, crítico de teatro, coloca-o desde cedo em contacto com a arte e a sua mãe incute-lhe o gosto pela leitura. Em 1925, depois de terminar os estudos e ter feito o serviço militar, participa do movimento surrealista , junto com seu grupo, formado por Marcel Duhamel, Raymond Queneau e Yves Tanguy. Deste período ficar-lhe-ão alguns traços surreais na poesia que escreve durante a sua vida.
Começa por ser argumentista tendo escrito grandes filmes franceses realizados entre 1935 e 1945. Escreve também letras de canções e peças de teatro. Em 1946 publica o seu primeiro livro de poesia – Paroles, um sucesso de vendas, mas um fracasso junto da crítica. Apesar disso, Prévert torna-se um grande poeta popular, graças à sua linguagem familiar, seu senso de humor, seus hinos à liberdade e os jogos de palavras. Os seus temas mais comuns são a religião, o amor, a tristeza, a beleza simples, a violência e a guerra e os pássaros.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Bibliotecas Públicas
Já agora as bibliotecas não têm só livros; têm CD's e Filmes que podem ser requisitados tal como os livros e secções especiais para crianças. E tudo mesmo grátis!
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
A economia dos livros
Os livros em Portugal são grandes de capa grossa e cores vivas.
São caros e grandes.
Pesam no bolso e na mala, mas ficam lindos na estante.
Os livros em Portugal são caros, lindos e decorativos.
Os livros em Inglaterra.
Os livros em Inglaterra são baratos.
São baratos e existem em formato de bolso.
Não pesam no bolso e cabem no bolso.
Os livros em Inglaterra são baratos e pequenos.
E as pessoas lêm-nos, no comboio, no metro, na cantina.
Quando se chega ao fim parecem um farrapo. Não ficam bem na estante.
Pelo menos não ficam bem numa estante portuguesa de livros grandes, caros e perfeitos.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Livro para o mês de Janeiro de 2009

Apresentamos o livro do Clube das Letras para o mês de Janeiro de 2009:
Ensaio sobre a Cegueira, José Saramago,
"Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso."
Sendo o nono romance do autor, é marcante por ter dado início a uma nova fase na escrita de Saramago, em que os enredos deixam de se desenrolar em locais ou épocas determinados e personagens dos anais da história se ausentam. Em Ensaio sobre a Cegueira, as personagens deixam de ter nomes próprios, são tipos sociais, o médico, o velho, a mulher do médico, o rapazinho estrábico. Representantes aparentemente aleatórios de uma sociedade decadente.
Saramago assume-se assim como um escritor que escreve com a esperança de melhorar as condições do mundo. Extremamente crítico da sociedade actual, os seus romances mais recentes e o "Ensaio sobre a Cegueira" em particular, desconstroem a estrutura social de forma a demonstrar a sua fragilidade. Neste romance, uma praga de cegueira afecta a população, sem que se descubram as causas ou meios de contágio. A destruição da sociedade é inevitável.
Saramago explora com maestria os temas do medo, exclusão social, lealdade, dependência e fragilidade da vida humana, conduzindo o leitor por um turbilhão de emoções. As personagens movimentam-se num contexto de destruição progressiva da sociedade que conhecem. A luta pela sobrevivência confude-se com a luta para criar laços e a busca do significado da vida fora das estruturas politico-economicas vigentes.
"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara"
Bem vindos ao Clube das Letras
Decidi criar este blog com o objectivo de reunir pessoas interessadas em trocar impressões e sugestões sobre livros e leituras. É um blog aberto a todos os géneros literários, e todas as formas de escrita; a autores nacionais e estrangeiros. É também um blog aberto a todos os que queiram divulgar a sua escrita, contos, cartas, pensamentos. Em cada mês sugerirei uma leitura e lançarei um desafio de escrita e ficarei ansiosa pelas vossas reacções.
Saudações literárias
F.