sexta-feira, 29 de maio de 2009
terça-feira, 26 de maio de 2009
Bashô Matsuo - Poeta da Semana
Este caminho
Ninguém já o percorre,
Salvo o crepúsculo.
De que árvore florida
Chega? Não sei.
Mas é seu perfume.
Bashô Matsuo
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Poeta da Semana: Bashô Matsuo
Versátil, os seus poemas sugeriam os mais variados estados de espírito: humor, depressão, euforia, confusão,... permitindo uma consciência da grandiosidade da natureza ( física e humana ).
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Virá a morte e terá os teus olhos - Cesare Pavese
Virá a morte e terá os teus olhos-
Esta morte que nos acompanha
da manhã à noite, insone,
surda como um velho remorso
ou um vício absurdo. Os teus olhos
serão uma palavra vã, um grito calado, um silêncio.
Assim os vês todas as manhãs
quando te debruças sobre o espelho. Oh cara esperança,
naquele dia saberemos também nós
que és a vida e és o nada.
Para todos a morte tem um olhar
Virá a morte e terá os teus olhos
Será como deixar um vício
como ver num espelho
ressurgir uma face morta,
como escutar um lábio fechado.
Desceremos no remoinho mudos.
Verrà la morte e avrà i tuoi occhi-
Questa morte che ci accompagna
dal mattino alla sera, insonne,
sorda, come un vecchio rimorso
o un vizio assurdo. I tuoi occhi
saranno una vana parola,un grido taciuto, un silenzio.
Così li vedi ogni mattina
quando su te sola ti pieghi
nello specchio. O cara speranza,
quel giorno sapremo anche noi
che sei la vita e sei il nulla. Per tutti la morte ha uno sguardo.
Verrà la morte e avrà i tuoi occhi.
Sarà come smettere un vizio,
come vedere nello specchio
riemergere un viso morto,
come ascoltare un labbro chiuso.
Scenderemo nel gorgo muti.
(di Cesare Pavese, 22 marzo 1950)
domingo, 17 de maio de 2009
Tu és como uma terra - Cesare Pavese
Poeta da Semana - Cesare Pavese
terça-feira, 12 de maio de 2009
Há dias assim
Dormir! Não Ter desejos nem 'speranças
Dormir! Não Ter desejos nem 'speranças ~
Flutua branca a única nuvem lenta
E na azul quiescência sonolenta
A deusa do não-ser tece ambas as tranças.
Maligno sopro de árdua quietude
Perene a fronte e os olhos aquecidos,
E uma floresta-sonho de ruídos
Ensombra os olhos mortos de virtude.
Ah, não ser nada conscientemente!
Prazer ou dor? Torpor o traz e alonga,
E a sombra conivente se prolonga
No chão interior, que à vida mente.
Desconheço-me. Embrenha-me futuro,
Nas veredas sombrias do que sonho.
E no ócio em que diverso me suponho,
Vejo-me errante, demorado e obscuro.
Minha vida fecha-se como um leque.
Meu pensamento seca como um vago
Ribeiro no verão . Regresso , e trago
Nas mão flores que a vida prontas seque.
Incompreendida vontade absorta
Em nada querer... Prolixo afastamento
Do escrúpulo e da vida no momento...
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Livro para o mês de Maio de 2009
Depois desta ausência prolongada, voltamos ao livro do mês. Desta vez proponho o livro:
Pascal Mercier, pseudónimo literario de Peter Bieri, publica em 2004 este romance que permanceu durante 140 semanas na lista dos livros mais vendidos na Alemanha. A história centra-se na viagem física e psicológica de um professor de linguas clássicas suiço. Como o próprio autor define, "história de um homem que tenta entender outro homem". Peter Bieri, filósofo, desenvolveu investigação na área da filosofia do tempo e da mente; epistemologia e ética. A sua incursão na literatura dá origem a esta história, que é uma reflexão sobre os instantes que levam o homem a mudar o rumo da sua vida.
Do que li, certamente este livro é duplamente interessante: em primeiro porque revisita uma Lisboa que nós conhecemos bem através do olhar de um estrangeiro e segundo porque nos proporciona uma reflexão sobre o significado das decisões na vida.
Boas Leituras!